
Caros amigos!
Toda luz indireta não fere os olhos de quem vê e talvez se torne mais bonita por isso. Mas não sei ser opaco nem fingir ser. Exatamente por isso, um poema que escrevi há um bom tempo atrás.
Sê Hermético
Sê hermético
Deixa o coração encher de dúvidas
Pois os herméticos sofrem menos
Escrevem poemas pequenos
E não sentem a dor da solidão
Por todos os espaços vazios
Herméticos são sempre esguios
Talhando uma própria canção
Escondida dos zelos
Poemas sem elos
Escritos no chão
Pois se eu fosse assim
Não morreria de tédio
Não pularia de prédio
Não perderia amores
Seria pétala sem flores
Perfume no palco da paixão
Se eu fosse assim
Nesse poema cético
Bastava dizer:
Sê hermético
Hermético viver.
- Um paralelo ao final para agradecer aos leitores e ao pessoal que comenta. Obrigado a todos pelo carinho, sobretudo Bárbara, Breno e Mari... Valeu.
Vou aproveitar e postar o último poema que escrevi também, tem um nome meio engraçado, quis dar um efeito diferente e não sei se fui feliz (na verdade, no final, nunca gosto muito do que escrevo mas enfim...)
Compras de Mês
Pague ao rapaz todas as despesas de mês,
Tranque bem a porta e não deixe qualquer luz entrar
Se possível for, pense em mim de duas às três
De qualquer manhã ou qualquer hora onde não se possa acordar
E assim viva sua vida, conte os pisos brancos do chão,
Sinta o cheiro úmido do banheiro nas noites de inverno,
Ouça a chuva calma a acarinhar distante noite de verão
Ou simplesmente relembre de algum momento terno
Notícias de nós, assim como o tempo, um dia passarão
E nem isso há de provocar qualquer frio símile ao hiberno
Pois sua casa terá trancas sempre novas no ermo porão
Assim como seus olhos turvos em tempo hodierno
Hão de devir os mudos olhos da então loquaz razão
Invertendo o tempo por viver tanto tempo em um porvir eterno.
Até a próxima!
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