segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tentando Reviver o Poeta!

Não sei se voltarei a escrever aqui com frequência, estou querendo. Mas até lá! Esse foi o último poema que escrevi e não é que a temática passa perto dessa tentativa de reanimar o poeta meio morto.


Um Poeta Vivo Demais

Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão


Nas estrofes esguias, quando muito havia rima,
As rimas eram pobres e em clima de anticlímax
Eram exaustas e monótonas metáforas que se cria
Ao disfarçar o gélido desmaio de uma neblina



Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão



O ritmo era sempre demasiado lento
Como um último poeta letrado e sem sentimento
E cometia um erro torpe e derradeiro:
Assinava orgulhoso meu nome mais verdadeiro



Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão



Mas, inebriado de ser tal poeta, agora
Permito que tal figura descanse em paz
Livrando-me do poeta imberbe de outrora
Pois este também foi um poeta, um poeta vivo demais.