segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mãos de Relógio


                               Mãos de Relógio
 

As mãos ineptas,
Em concha, tentam colher a água
Que se esvai em lágrimas

 
Entre os dedos inaptos
Passa o tempo e não aquela mágoa
Que hoje cai na página

 
De um poema abrupto
Que como chuva precipita e afaga
A égide da alma

 
De um deus decrépito,
A água vira chuva que tenta e não apaga
A lápide dos sonhos da aurora.


Rodrigo Brioschi