terça-feira, 25 de novembro de 2014

Dicotomias

A Vida em Preto e Branco 
Os lábios arqueados em sorriso,
Magnéticos, dão as boas vindas
Ao mais pleno e calmo paraíso
De promessas e sensações infindas,
Dicotômicos ao olhar mais louco
Que parece indagar qualquer ação
Decifrá-lo seria ainda pouco
Quando é possível ter a sensação
De se estar parando o tempo do mundo
Controlando o fôlego e o pensamento
Rumo a um compreender mais profundo
De uma foto o pleno entendimento
                A vida é uma foto em preto e branco
                Bela entre o mímico e o saltimbanco.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tentando Reviver o Poeta!

Não sei se voltarei a escrever aqui com frequência, estou querendo. Mas até lá! Esse foi o último poema que escrevi e não é que a temática passa perto dessa tentativa de reanimar o poeta meio morto.


Um Poeta Vivo Demais

Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão


Nas estrofes esguias, quando muito havia rima,
As rimas eram pobres e em clima de anticlímax
Eram exaustas e monótonas metáforas que se cria
Ao disfarçar o gélido desmaio de uma neblina



Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão



O ritmo era sempre demasiado lento
Como um último poeta letrado e sem sentimento
E cometia um erro torpe e derradeiro:
Assinava orgulhoso meu nome mais verdadeiro



Escrevi versos que jamais foram lidos
E páginas em branco foram meu refrão
De todos os títulos nunca antes escolhidos
O meu preferido é a íntima evasão



Mas, inebriado de ser tal poeta, agora
Permito que tal figura descanse em paz
Livrando-me do poeta imberbe de outrora
Pois este também foi um poeta, um poeta vivo demais.